terça-feira, 12 de outubro de 2010

Lacuna

Tarde fria de Outubro. Vento forte e escandaloso. Pessoas caminham de um lado ao outro. Sem saber exatamento o que fazer, ou que pretendem fazer. Andam pois a tarde está fria, andam pra aquecer, andam pra emudecer.
Noite fria de Outubro. A neblina toma conta do céu. É propriedade dela. Apossa-se sem pedir autorização.
As estrelas caminham ao lado. Um luar tímido. Talvez também sinta o frio. Em baixo, pessoas caminham.
Andarilham. Paralisam.
Corações que se aproximam. Corações que gritam. Silenciosos. Calmos. Sensatos.
Mas que estão ali.
Ruas calmas. Cheias de um vazio que torna tudo mais fácil, mais tranquilo, mais aconchegante. Vazias de um frio que absorve tudo.
Os semáforos se escondem. As paredes se silenciam.
Madrugada silenciosa. Vazia.
Porém existe algo de diferente. O vazio se torna abstrato.
Toma conta de tudo e de todos. Ajuda a pensar. Compartilha uma sensação.
Transpira uma essência de asfalto.
Que se limita ao infinito.

Um comentário:

  1. Adorei esse texto!
    "Cheias de um vazio..." adoro essa filosofia de ter a oportunidade de enxergar aquilo que é abstratamente completo.
    Maravilindo!
    Parabéns!

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