terça-feira, 12 de outubro de 2010

Lacuna

Tarde fria de Outubro. Vento forte e escandaloso. Pessoas caminham de um lado ao outro. Sem saber exatamento o que fazer, ou que pretendem fazer. Andam pois a tarde está fria, andam pra aquecer, andam pra emudecer.
Noite fria de Outubro. A neblina toma conta do céu. É propriedade dela. Apossa-se sem pedir autorização.
As estrelas caminham ao lado. Um luar tímido. Talvez também sinta o frio. Em baixo, pessoas caminham.
Andarilham. Paralisam.
Corações que se aproximam. Corações que gritam. Silenciosos. Calmos. Sensatos.
Mas que estão ali.
Ruas calmas. Cheias de um vazio que torna tudo mais fácil, mais tranquilo, mais aconchegante. Vazias de um frio que absorve tudo.
Os semáforos se escondem. As paredes se silenciam.
Madrugada silenciosa. Vazia.
Porém existe algo de diferente. O vazio se torna abstrato.
Toma conta de tudo e de todos. Ajuda a pensar. Compartilha uma sensação.
Transpira uma essência de asfalto.
Que se limita ao infinito.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Nostalgia

Saudades dos nossos momentos juntos vividos.
Enquanto corríamos e brincávamos na relva petrificada.
Saudades daqueles devaneios amontoados em um canto.
Caminhávamos sempre perto. Andávamos de mãos dadas na estrada.
Saudades de olhar pra você e enxergar o que eu almejava ser.
Palmadas e situações adversas.
Saudades de poder contar contigo, éramos um bando. De dois.

Um bando que estava em constante divergência. Um bando de dois.
Pensamentos bons me rondam, seu ser é, e será onipresente em minha vida.

Pensava em crescer ao seu lado, lhe desenhava como Apolo.
Na água era Poseidon. Na minha vida era um irmão.
Não usarei mais o verbos no pretérito... É. Não deixou de ser.

Momentos que não vou esquecer, situações que não pretendo esquecer.
Não desejo.

Podemos viver anos juntos, podemos morrer anos antes, nascer meses depois.
Queremos tudo junto com o vazio.
Queremos o nascer do sol, acompanhado de dois quilos de afeto.
Buscamos a felicidade, suplicamos pelo amor. Rejeitamos-o em seguida.
Rejeitamos por não saber usá-lo, por ter medo de aceita-lo, por queremos crucifica-lo.
Crucificamos a nós mesmo.

Felicidade instantânea. Saudade permanente.
"Saudades de momentos que ainda não vivi".
Quero viver, contudo, que seja explicitamente, quero que seja somente para mim. Quero que saiba. Quero saber. Todos podem.

Posso pensar em ti como qualquer coisa, penso em ti como tudo, não penso em ti, quando penso, penso sim.
Saudades disso e daquilo. Saudades de você e de nós.

Subitamente.